The Post | Crítica

janeiro 29, 2018


Vou começar citando alguns nomes, ok?

Steven Spielberg, John Williams, Janusz Kaminski, Merly Streep, Tom Hanks, Sarah Paulson, Bob Odenkirk, Bruce Greenwood.

Eu sei. você poderia parar por aqui, já que depois de entregar todos esses nomes fica óbvio que o filme é incrível, certo? Mas continue, por favor. 

Ao estilo de Spotlight (Que venceu o Oscar de melhor filme em 2016), Spielberg decide contar um pedaço da história do jornal Washington Post, que era apenas um jornal local até o desenrolar dos fatos abordados no filme.

O New York Times, conseguiu acesso à documentos secretos que revelavam a verdade por trás da campanha americana no Vietnã. O documento continha declarações que afirmavam a incapacidade americana de vencer a guerra, enquanto mais jovens continuavam sendo mandados para o Vietnã. Naturalmente, quando o New revelou essas informações, criou um caos social e recebeu fortes censuras vindas diretamente da Casa Branca.

Ben Bradlee (Tom Hanks) encontra nessa situação toda uma oportunidade para promover o jornal, lutar pela Liberdade de imprensa e pelo direito do povo de saber a verdade, mas diante das censuras que o governo estava impondo à quem vazasse esses documentos, Kay Graham (Merly Streep), a proprietária do Washington Post, fica receosa sobre a participação que seu jornal deveria ter em tudo isso, principalmente porque um de seus grandes amigos, Robert McNamara (Bruce Greenwood), estava envolvido no escândalo até o pescoço.

A trama se desenrola por meio da busca de Ben Bradlee, Ben Badgikian (Bob Odenkirk) e equipe pelos documentos, e após terem acesso a esses documentos, o conflito escala para a decisão de publicar ou não as informações que comprometeriam o governo e revelariam a mentira que fora escondida durante anos da população.

O roteiro de Josh Singer (Vencedor do Oscar de roteiro original por Spotlight), é excelente e desenrola a trama principal e as subtramas muito bem, bem como já havia feito em Spotlight.

Tom Hanks tem uma atuação consistente, como sempre, e encarna Ben Bradlee, o editor do Washington Post. Um homem ambicioso, obstinado e apaixonado por sua profissão. Durante o filme, ele interage com os outros personagens, mantendo um humor ácido e um sarcasmo afiado.

Merly Streep é maravilhosa outra vez, e trabalha um papel muito interessante, pois existe um arco bastante claro em Kay Graham. Ela começa o filme ocupando uma posição “masculina”, sendo ignorada, menosprezada e seus conselheiros não aconselhavam, mas intimidavam-na em direção à uma decisão. Com o desenrolar dos fatos, Kay Graham vai crescendo e ganhando força, confiança e aceita completamente o poder que têm.

Bob odenkirk, nosso querido Saul de Breaking Bad, tem uma ação digníssima. Muito boa, equilibrada, segura, consistente. Todas as suas aparições são perfeitas. Ele entrega um ótimo coadjuvante para a trama.

A fotografia tem um papel interessante no filme, principalmente no tocante à personagem de Merly Streep, que começa o filme acanhada e a câmera sempre a captura em meio à muitas outras pessoas, mas quando ela cresce, a câmera cresce junto e ela passa a ocupar a cena de outras formas. A fotografia comunica isso de forma muito eficaz.

Sarah Poulsen também é uma coadjuvante que colabora para a história. A belíssima e talentosíssima atriz, tem um diálogo maravilhoso com Tom Hanks sobre Kay Graham, que acaba falando muito com quem está assistindo.

O filme tem cenas belíssimas, mas o que chama atenção é como o jornalismo é mostrado de forma ampla, indo da captura de informação, à redação e dá redação, à formatação da placa de impressão, até a impressão do jornal.

Não há muito o que dizer sobre Spielberg, John Williams e Kaminski. Essa trinca não comete erros!

O filme é uma ode ao jornalismo. Ao jornalismo que não se cala, que busca a verdade e se preocupa realmente com o leitor. Questionamentos importantíssimos são levantados. Questões sobre liberdade de imprensa, sobre a relação do governo com o jornalismo e sobre a relação do governo com os governados.

The Post é um filmaço!

You Might Also Like

0 comentários