Vozes de intelectuais pós-pós-modernos... ignore-os | Poema

maio 29, 2018


Vozes ao norte opinam:
‘’Menino,
Vá para o velho Oeste
Busque ouro,
Veja o sol nascer a Leste,
Faça algo que preste!’’
Vozes ao sul deduram:
‘’Vitimista social,
Pseudo-artista,
Quer ascensão pessoal
E não crê em meritocracia?
Deve ser petista!’’

No centro deste distúrbio cardeal,
Entrego-me a divergência
Foda-se o ideal
Quero viver, mas sem a urgência dos sabidos... Iludidos!

Tais caminhos ditos pelos malditos
Supostos peritos e eruditos 
Que afirmam saber o que é necessário para viver,
Suspeito de cada sílaba e pago pra ver,
Afinal,
Num passeio qualquer,
Arrastando-me pela calçada
Em cada passo vejo um humano abatido,
Cansado as sombras do sol do edifício
Vivendo de sobras a sós, eu sei, é difícil!

Neste apocalipse cognitivo na cidade grande 
Faça o contrário do que diz essa gente grande 
A chance de dar certo, eu prometo, é grande
São todos zumbis comedores de cérebro,
É sério, 
Atente-se no que eu digo:
Amigo, 
Teu talento é grande, por isso querem te almoçar
Pode apostar 
E se me questionar
‘’Por que não se comem entre si?’’ 
Respondo rápido pra ti:
Morto come carne viva, 
Inveja é o tesão dessa espécie pífia
Mas lembre-se:
Você não está sozinho!
Tente outra vez,
Esse é o caminho,
Não desista, 
Tente mais uma vez,
Insista em viver...
Pague o preço dessa tal lucidez!

Um poema de Gustavo Pauletto

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